ACUPUNCTURA SUBSTITUI ANESTESIA

2008-11-13

Em Portugal funciona o único centro hospitalar do mundo, onde a anestesia local é substituída pela acupunctura no tratamento radiológico de fibromiomas.
Esta opção está a ser dada às doentes com tumores benignos do útero.

[ Notícia RTP ]










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MÉDICO PORTUGUÊS ASSOCIA TRATAMENTO DE FIBROMIOMAS
À ACUPUNCTURA


2007-05-13

Portugal é o único país que, a nível mundial, associa a embolização das artérias uterinas (EAU), que permite tratar os fibromiomas uterinos, à acupunctura, segundo o médico português João Martins Pisco.
Em declarações à agência Lusa, o médico, radiologista de intervenção, explicou que foi esta associação entre a medicina convencional e a medicina alternativa que trouxe a Portugal, no sábado passado, uma equipa de médicos da Universidade e do Hospital de Meiji, no Japão.
No Hospital de St. Louis, em Lisboa, os médicos japoneses e ainda um grupo de ginecologistas portugueses, puderam assistir ao tratamento, através desta técnica, de sete mulheres que sofriam de fibromiomas uterinos.
De acordo com Martins Pisco, vai ser celerado um protocolo entre a Universidade de Meiji e o Hospital de St. Louis, de forma a que médicos japoneses possam vir a Portugal aprender esta técnica.
Os fibromiomas ou miomas são tumores benignos que nascem nas paredes da cavidade uterina. São frequentes e cerca de 20 a 40 por cento das mulheres com mais de 35 anos são portadores de fibromiomas.
São os tumores mais frequentes da mulher adulta e todas as mulheres correm o risco de desenvolvê-los.
Em Portugal, e até há bem poucos anos, o tratamento mais utilizado para resolver os fibromiomas uterinos era a histerectomia, ou seja, a remoção de todo o útero, o que inviabilizava que a mulher pudesse engravidar.
Desde 2004, 417 mulheres foram tratadas por Martins Pisco. A 80 por cento destas doentes tinha sido aconselhada, pelos seus médicos, a histerectomia.
Actualmente, já nasceram duas crianças cujas mães fizeram a EAU e quatro mulheres já tratadas com esta técnica estão actualmente grávidas.
A embolização das artérias uterinas é uma técnica "minimamente invasiva, com menos riscos que as técnicas cirúrgicas, cujo objectivo é interromper a circulação sanguínea que irriga os fibromiomas, resolvendo o problema de forma rápida e duradoura e preservando o útero", explica o radiologista.
A embolização uterina é uma técnica "relativamente simples nas mãos de radiologista de intervenção, que é um radiologista com treino especial de navegação através de vasos e tratamento por meios radiológicos", acrescenta.
No tratamento dos fibromiomas, é efectuada com bons resultados desde há cerca de 10 anos e é uma técnica comum em todos os países desenvolvidos, realizando-se nos Estados Unidos cerca de 15.000 por ano, pelo que não é de maneira nenhuma experimental, sublinha.
A técnica dura cerca de 30 a 60 minutos, com recurso a anestesia local e pode realizar-se em todas as situações de fibromiomas sintomáticos.
Na maioria dos centros a embolização uterina é realizada com anestesia geral contudo, a técnica é executada por Martins Pisco sob anestesia local ou sob acupunctura, pelo médico japonês Mitsuharu Tsuchiya.
A doente fica internada, geralmente 6 a 8 horas e pode retomar a sua actividade profissional 2 a 5 dias após a intervenção.
Segundo dados do radiologista, 90 por cento das mulheres voltaria a fazer a embolização, 97 por cento recomenda a técnica e 81 por cento refere que a sua qualidade de vida melhorou.

[ Agência LUSA ]

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